Os modernos estudos, que misturam arqueologia com chips da última geração, indicam que os mais antigos tecidos-se é assim que podemos chamar- não foram achados apenas na Mesopotâmia ou no Egito, ainda que nesses locais os primeiros vestígios têxteis comprovadamente pertençam a épocas bem remotas.
Tudo indica, à luz da ciência, que os fragmentos preciosos de um passado mais remoto no campo têxtil foram localizados ao norte da Europa, nas geladas fronteiras onde se juntam o extremo norte da Noruega, Suécia e Finlândia. Lá há charcos, pântanos, poças e lagoas, que passam a maior parte do ano congelados e que no efêmero verão exibem pálidos musgos, arbustos, florezinhas silvestres e o línquen, tipo de uma planta que só existe naquela região, semelhante à turfa, matéria esponjosa constituída por diversos fragmentos de diversos vegetais e também abundante neste local.
Foi nesse cenário que se encontrou resíduos de um tecido que sinalizava, provavelmente uma peça de vestuário. Seria a fibra do linho, que ainda hoje encontra melhor desenvolvimento em lugar lacustres e pantanosos, climas frescos e úmidos, temperados um subtropicais. Os maiores cultivadores de linho encontram-se na Europa, seguindo-se a Ásia e a África. Atualmente o Brasil possui apenas uma único fábrica de linho, o Linifício Leslie, situado no Rio de Janeiro; a fábrica recebe os fardos da fibra e processa a tecelagem ue se destina ao vestuário- até as grandes grifes da moda no exterior são suas compradoras - e á decoração de interiores.
Parágrafos do livro Fio a Fio ( tecidos, moda e linguagem )
Escrito por Gilda Chataignier
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